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Tuesday, May 08, 2007

vou ceder ao amor
o tempo me levou es ultimas pérolas que eu carregava.
eu vi morrer rapazes. eu vi se perder os pés.
eu vi maos brandas se tornarem tensas,
e vi carinhos se tornando empurroes,
vi piadas de amor, e o afeto distraindo crimes.
vi o tempo me roubar a esperança.
mas alem dela fica um espaço,
um lugar que nao cansa nem espera.
vi gatos morrer como se nao estivesem mais ali,
e caes como se fossem partir,
e ervas que plantei logo secaram,

as cordas caí.
novamente e de novo,
sem palavras que pudessem nesta sutileza influir.
nao vou ceder. mesmo que for só.
senao o mundo vai parir meus ossos, pouco a pouco.
vai parir a morte,
e toda a mentira que eu escondo em mim vai morrer.

eu renascerei todo de ouro e o amor que a vida teve irá reluzir.
e tudo que nao fui vai ter sentido.
e todo o fel que guardei irá se tornar pó de estrelas.
e todo dia de sol será dia de luz
e todo dia de sorte será dia de nós
e todo dia de manha irei agradecer.


rosas brilhantes. todos os versos retintos.
sublime. céu e eter. o berço da felicidade.
a nao dúvida da escolha
a certeza de ser inteiro.

um passaro de alegria virá me dizer
com olhos sutis:
guardada em tua foz,
descansada em tua origem,
viva em tua semente,
está o amor,
de onde sempre fostes,
para onde sempre viestes.

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Friday, September 01, 2006

OLHARES PARTE I

Já vi.
Depois ainda.


Terei de pôr fogo em tudo
Todas as vãs esperanças
Que em vão esperaram
Pelo momento de me ler

Deu ler teus lábios

Pôr o fim
Em todos os papeis
que lavei em minhas mãos
pôr fim ao erro ontográfico.

De não acabar sumindo,
sem mais nem menos,
todas as palavras escritas.
Vã ilusão.
Se as palavras da boca
vão ao sumidouro d`alma
tão rápido quanto podem
e ai ocupam espaço impossível de se ver.


Mas o pior
- depois de ver que tudo morrerá,
sem exceção a este ditado-
Deve ser o vazio que ocupa o ser
O sem-mais que vem depois,
tal qual dor após prazer.
E depois ainda,
depois de tudo esquecer?
E não existir nem,
nem lembranças de
lembrar.
Nem modo de pensar.

Monday, August 07, 2006

"Por longos tempos permaneci em duvida

Procurando em meus rabiscos minha sustentação

Meu saguão

Meu vão foi ficando cada vez mais, vazio

cada vez que me via

Nu.

Sou o fim

Do teclado

Sou uma pura uma criatura

Uma vã coisa

Uma inteira vaidade

Uma doce ternura

O esquecer do que fazer

O vaivém de deixar

E a vírgula do querer

O salto do fim

Amem"

"Se este mundo me tomar as palavras

Será como quem rapta os filhos

Ou como eles maduros a sair de casa.

Não irei desejar supostos tesouros

E acabar escravo de meus frutos.

Por isso meus poemas são meus pães

Sovados, duros, torrados

Para quem quiser, que tenha que mastigar.

Para que os homens não me venham levar,

Nem em desejo a eles eu me vá juntar.


Para habitar minha casa distante.

Até o dia de me casar comigo.

Em alma, profundo e solene."