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Monday, August 07, 2006

"Por longos tempos permaneci em duvida

Procurando em meus rabiscos minha sustentação

Meu saguão

Meu vão foi ficando cada vez mais, vazio

cada vez que me via

Nu.

Sou o fim

Do teclado

Sou uma pura uma criatura

Uma vã coisa

Uma inteira vaidade

Uma doce ternura

O esquecer do que fazer

O vaivém de deixar

E a vírgula do querer

O salto do fim

Amem"

"Se este mundo me tomar as palavras

Será como quem rapta os filhos

Ou como eles maduros a sair de casa.

Não irei desejar supostos tesouros

E acabar escravo de meus frutos.

Por isso meus poemas são meus pães

Sovados, duros, torrados

Para quem quiser, que tenha que mastigar.

Para que os homens não me venham levar,

Nem em desejo a eles eu me vá juntar.


Para habitar minha casa distante.

Até o dia de me casar comigo.

Em alma, profundo e solene."